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PATRICIA FRANCA-HUCHET

Professora Titular, Pesquisadora e Artista da Escola de Belas Artes da UFMG. Doctorat e Master pela Université de Paris I | Sorbonne. Master 1 pela Université de Paris VIII. Pós-doutorado pela Université de Paris III — no Centre de Recherche en Esthétique du Cinéma et des Images (CRECI-2008) e na EHESS no INHA (2019). Trabalha sobre a imagem focalizando seu interesse pela reconstrução crítica da tradição pictural. Divide as suas atividades entre o ensino, pesquisa, apresentações orais de trabalho, publicações, edições, curadoria de eventos e exposições. Coordena o Grupo de Pesquisa Bureau de Estudos sobre a Imagem e o Tempo no PPGartes da UFMG. Participou de várias exposições no Brasil e no exterior. Foi Residente do IEAT: Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares da UFMG e hoje é representante da área de Humanas no mesmo instituto. É pesquisadora do CNPq.

APRESENTAÇÃO:
Uma paisagem para Antígona: narrativa fotográfica e literária

Para o 2˚ Colóquio de Fotografia da Universidade de Brasília, Patricia Franca-Huchet apresentará uma pesquisa que dá continuidade ao seu interesse pelo figural, pelo personagem e pela teatralidade do espaço, da imagem e da paisagem. O trabalho artístico e textual sobre Antígona, em processo desde 2017, abriu a reflexão sobre esta personagem de envergadura histórica e universal, que possui características que ressoam muito na vida psíquica das mulheres hoje em dia. Judith Butler evoca a dimensão antropológica e feminina de Antígona e nos lembra que ela foi a primeira mulher que forjou a chance e a capacidade de produzir um conhecimento, uma arte e um modo de sobrevivência. Nesta perspectiva, Antígona vivência uma paisagem diversa; seja cuidando de seus irmãos frente ao mar ou seja acompanhando o seu pai cego — o maior poeta da cidade — em paisagens diversas, sobretudo marítimas. Focalizarei especialmente o momento em que se torna prisioneira, no qual a paisagem tem uma importância sensível nas imagens e no entorno desse movimento artístico, que foi acompanhado por uma longa pesquisa teórica e literária.

PORTFÓLIO

Antígona ou é para outro céu que estou olhando

Trabalho desde 2016 com fotografias que revisitam o conhecido e mil vezes trabalhado personagem Antígona, da peça teatral de Sófocles [400 a.C]. Esta personagem de envergadura histórica e universal possui características que ressoam muito na vida psíquica das mulheres hoje em dia. Antígona está diante do poder e diz não, faz escolhas, tenta não se perder nos limites da linguagem e da confusão mental. Sua magistral solidão e sua rebeldia mostram uma luta lenta e incerta na direção de uma subjetividade livre. Por enquanto, este trabalho com fotografias — instalação — conta com seis momentos:  infância [Antígona, filha mais velha, brincou à beira das águas protegida por Netuno enquanto tinha como tarefa cuidar de seus irmãos]; Secreta Solidão [Antígona é artista e também arqueira]; Por onde andou [caminhou como mendiga, seguindo seu pai cego, o maior poeta da cidade], Fúria [seu transe furioso e catártico decorrente da resistência e da difícil luta contra a tirania: ela foi capaz de enfrentar a mentira e a crueldade]; Meditação [ quando busca o equilíbrio perdido nas lutas] e A Prisioneira [o seu caminho para a morte]. Estas imagens tem uma estreita relação com a narratividade e a teatralidade, que foram trabalhadas para que não nos esqueçamos que estas fotografias têm como fundamento uma personagem do teatro, que fascinou dentre inúmeros filósofos, artistas, escritores, poetas, historiadores e pensadores Judith Butler, Júlia Kristeva, Henry Bauchau, Philippe Lacoue-Labarthe, Jacques Derrida, Jacques Lacan, Bertold Brecht, os poeta Friedrich Holderlin e Johann W. v Goethe, Hegel, e também Jeanne Moreau, artista francêsa, que em depoimento revela ter sido a peça Antígona — vista por ela aos treze anos — o que lhe proporcionou a percepção do teatro e o desejo intenso de conhecê-lo.

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